domingo, 28 de julho de 2013

Broa de Milho com Salpicão

Faz parte das minha memórias...
O calor do forno do a arder, o cheiro da farinha de milho escaldada na maceira, o ritual da espera, do amassar... esta era a parte mais divertida, havia sempre um pouco de massa para mim, a minha broa!
Seguia-se o rolar a massa na gamela de madeira, levedar entre o calor do forno e os cobertores que a embalavam. Depois, virar na pá, meter ao forno e esperar... o cheiro do fogo, do  borralho, da broa a cozer. Depois vê-la sair quente, ainda a escaldar e esperar um pouco mais, esperar para então a poder provar. 
Era assim em casa do meu avô, onde a broa saia com mestria das mãos da minha tia Lena.


Hoje, tantos anos passados procuro recrear os seus gestos, com outros objetos, num formo elétrico... e para lhe dar um pouco do sabor fumado juntei-lhe o belo salpicão da"Casa da Prisca" 
Acompanhou-a um excelente "champarrião" que o meu marido fez e que estava bem bom. 
O lindo jarro é um peça de artesanato alentejano (obrigada Daniel e Carla).


 Broa de Milho com Salpicão



Esta foto mostra a broa antes de cozer, já levedada.


Não tem o mesmo sabor, o forno de lenha é insubstituível, mas mesmo assim posso vos garantir que soube muito bem.


Vou continuar a fazer, mudando a proporções das farinhas, gosto da broa mais escura e levemente azeda... com paciência chego lá.


Enquanto deixo-vos esta broa ainda morna, com o aroma do salpicão... 


... são servidos?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Bolo Frio de Manga e Maracujá

A tua imagem surgiu-me, provavelmente trazida pela música que enchia o ar com os seus batimentos quentes e ritmados, senti a nostalgia da tua ausência e lembrei-me de como me fazias bem, como o cinzento dos dias se enchia com as cores vibrantes do arco-íris. Viajava assim, mergulhada nos meus pensamentos e eis que te vi! Ali estavas, mesmo à minha frente! Coincidência dirão, não sei mas o universo tem as suas  artimanhas, lá isso tem! A tua visão foi tão fugaz como o raio de um relâmpago mas o seu efeito ecoou em mim e perdurou. Estou a falar de amor? Não de atração, do fruto proibido, estou a falar de ti maracujá... volta, anda cá!


Dizem-no fruto da paixão, será?
Sem duvida que desperta os sentidos com o seu aroma intenso, sabor pujante e cor vibrante.




Gosto muito de frutos tropicais e resolvi juntar dois dos meus favoritos, a manga e o maracujá. 



Esta magnifica flor pertence à trepadeira de maracujá nativo (roxo), também chamado de passiflora edulis, fruto oriundo do Brasil.




Aqui já se vêem os frutos em diversas fases de crescimento, irão mudar de cor ao amadurecer e ficar roxos. Tirei estas fotos no quintal de um amigo, infelizmente o meu secou.



As folhas e flores que apresento no bolo são de outra variedade de maracujá, vulgarmente conhecido por maracujá de jardim, que também dá um fruto, mas bastante diferente. Esse sim tenho no meu jardim.


Vamos lá com a receita...

Bolo Frio de Manga e Maracujá





Passo a passo da montagem:



Dispor folhas de acetato a toda a volta do bolo, prender as folhas com um pouco de fita cola. Colocar o aro metálico e levar ao frio algumas horas até prender bem o creme. Pode até ser congelado.


 Desenformar, retirar o acetato e sobrepor a outra metade do bolo.



Cobrir generosamente todo o bolo com o creme de chantilly e iogurte.




Levar de novo ao frio até que o creme fique mais espesso, por ação da gelatina.



Cobrir com a espuma de manga e maracujá e espalhar por cima polpa de maracujá. 
Podem-se encher algumas das cascas dos maracujás com os cremes e assim decorar o bolo, usei ainda folhas e uma flor de maracujá de jardim. 
Voltar a colocar no frio, servir bem fresco.



Mais um bolo que fiz para um jantar de amigos e que foi muito apreciado.
A vantagem é que pode ser confecionado com alguma antecedência, congelado e retirado umas horas antes de servir. Quanto mais frio melhor.


Sem duvida uma sobremesa para os dias de verão.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Bolo de Chocolate com Cerejas Bêbadas

Ele é másculo, forte e muito atraente!
Elas perdem a cabeça, ficam loucas por ele, o que lhes atravessa o pensamento é inapropriado para vos contar aqui! Pensamentos lascivos, cheios de luxuria!
Por favor não deixem as crianças ver as cenas que se seguem, têm bolinha vermelha na esquina... são só para adultos, vai ser uma orgia total!


Já fiz este bolo há umas semanas, andei a magicar nele durante algum tempo. 
Que eu gosto de cerejas já não é novidade, mas eu adoro ginjas! Um bolo recheado com elas e cheio de chocolate seria quase tão bom como o bombom dos meus encantos, esse mesmo o Mon Cheri! 


Chocolate e cerejas bêbadas... a ideia já me atraia, mas resolvi pecar por completo fazer uma enorme orgia, juntei o chantilly e mais alguns frutos vermelhos! 
Assim nasceu este bolo, cheio de vigor e bem robusto, uma verdadeiro galã!


É impróprio para menores! 



O fruto do pecado deviam ser as cerejas e não a maça!  


Digam lá que não pecam só de ver...


Ai! Que tentação... pode ser em qualquer lugar, na cozinha, na sala, na rua... escolham onde o preferem ter!


Muito guloso, muito fresco...muito bom!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Arroz de Caril com Curgete e Salmão

Atraente, ele é muito atraente!
Tem charme, tem pois, sabe como agradar.
Rendo aos seus encantos, é um sedutor! 
Depois de conhecer tantos, 
Digo-te que como ele não há igual!
Não o dou, não!
Não adianta pedir, este é só para mim.
Não te dou meu o arroz!


Cá em casa não pode nunca faltar o arroz! 
Está presente na nossa mesa com muita frequência, das mais variadas formas.
Hoje trago-vos um prato muito simples mas que além de ter um sabor especial, é apresentado de uma forma muito bonita, atrevo-me a dizer que é atraente, até mesmo sedutor! 
Ele e a menina curgete fizeram um par perfeito, não desmerecendo a companhia do delicado e belo salmão!


Esta receita dá inicio à nova parceria com a Orivárzea. Outras se lhe seguirão tendo como ingrediente de destaque este maravilhoso arroz da lezíria ribatejana, nas suas diferentes variedades todas de alta qualidade.


Arroz de Caril com Curgete e Salmão



O miolo de curgete que sobra pode ser congelado e usado noutra ocasião, por exemplo numa sopa, para espessar um molho ou de novo num arroz, nada se perde.


Fácil de executar, bom e bonito para servir num almoço ou jantar de verão, acompanhado com uma salada colorida.


Eu disse que não dava... mas já que pedem com tanto jeitinho, está bem eu dou! Dou-vos este arroz e sei que vão gostar dele tanto quanto gosto eu.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Rosca de Pão de Trigo e Centeio com Enchidos

Dizem que de Espanha "nem bom vento nem bom casamento"!
Vento... a nortada ninguém aprecia lá muito; casamento não sei, mas posso afirmar que amigos de Espanha têm vindo vários e muito queridos!


Esta rosca de pão de trigo e centeio com enchidos, foi partilhada em casa de bons amigos espanhóis, que nos receberam com muito carinho e com uma "Cachelada leonesa"  de lamber os beiços!


O recheio do pão foi o maravilhoso Salpicão da Serra D'Arga e o Presunto de Peru, ambos da Quinta dos Fumeiros.


Nunca tinha experimentado presento de peru e gostei muito. Ainda por cima acrescentou um sabor "fumado" ao pão que até parecei ter sido cozido em forno de lenha!


A farinha de trigo é a T 65, gosto de usar a da "Espiga". A farinha de trigo integral uso uma de marca branca, a farinha de centeio compro numa padaria, pois a de pacote que se encontra nos supermercados é muito fina e não se obtém o mesmo resultado. A Máquina de fazer pão é a minha preciosa aliada na hora de amassar e levedar, já não passo sem ela.


Ora vejamos com se faz a montagem desta rosca de pão...


Estender a massa com o rolo, dispor a salpicão e o presunto de peru.


Enrolar primeiro de um lado em direção ao centro e depois do outro. Cortar de forma a obter dois rolos.
Cuidadosamente entrançar um no outro. Formar uma argola e transferir para o tabuleiro enfarinhado, salpicar com um pouco de farinha. Deixar levedar cerca de 30 a 40 minutos.


É tão bom este pão, já o fiz mais 2 vezes, uma simples e a outra só com chouriço... pão rústico, caseiro uma maravilha.


Mesmo com calor sabe tão bem come-lo ainda morno.


Esta é a vossa fatia.