- - Quero rápido, quero já, não me apetece esperar!
- - Oh! Assim não presta, não tem sabor...
- - Tem sabor sim e muito... sabe tão bem!
- - Eu gosto mais lento, demorado, bem devagarinho.
- - Dessa forma é mesmo bom, mas não tenho tempo, não posso demorar tanto... tem que ser rapidinho!
Tive a sorte de crescer com histórias, muitas histórias, as do pai, as da mãe e as de outros familiares, tias, avó... todos me contavam histórias e eu adorava, pedia mais e outra vez, conta de novo, nunca me fartava!
Recordo, com enorme ternura, os domingos pela manhã em que me enfiava na cama dos meus pais e escutava, deleitada, contos de fadas, lidos pelo meu pai. O primeiro livro de que tenho memória era um volume grosso, que apenas tinha uma imagem por história, nele se compilavam dezenas de contos tradicionais. Guardo esse livro como quem guarda um tesouro.
Havia outras histórias, as que não eram lidas, mas sim contadas. Essas vinham pela voz da minha mãe, que entre outras, me contava muitas fábulas. Gostava em especial de uma a da "Raposa e a Cegonha", na versão da minha mãe a raposa servia papas à sua comadre cegonha, num prato raso (na versão de La Fontaine é sopa)! Esfomeada a pobre da cegonha não conseguia comer as papas, enquanto a espertalhona da raposa as lambia gulosamente. Porém a história não acaba aqui, pois a cegonha resolve retribuir o convite da sua amiga e no dia combinado serve-lhe a refeição numa jarra alta e de gargalo estreito! Claro está, que a raposa apenas consegue lamber as gotas que escorrem pela jarra e aprende uma importante lição, "não faças aos outros o que não queres que te façam a ti"!
Esta fábula lembra-me papas, as que a minha mãe fazia. Levavam leite, casca de limão, açúcar e farinha. Depois, polvilhadas com canela, comiam-se ainda mornas. Chamava-lhes papas de leite, assim simples, tão boas!
Porém as papas de aveia só as experimentei já em adulta e nunca me cativaram! Acho-as muito peganhentas, pastosas... e tão chatas de fazer!
Isso foi até há pouco tempo! O Tiago (meu filho) não parava de me falar de umas tais papas de aveia no micro-ondas, elas até cheiravam bem e por isso resolvi prova-las.
- Faz a contar comigo, para eu experimentar, disse-lhe.
Confesso que as recebi com desconfiança, se as tradicionais já não são lá grande coisa, eheheheh, as de micro-ondas só podem ser piores! Enganei-me redondamente!
Comi e fiquei com vontade de as melhorar, de as adaptar mais ao meu gosto.
Dai para cá tornaram-se o meu lanche favorito e já tenho várias versões para elas! Demoram 5 minutos a ficarem prontas para comer. São mesmo papinhas expresso e tão boas! São até saudáveis, nem posso acreditar!
Estas foram preparadas com a aveia que me foi gentilmente oferecida pela Sementina, passem pela página do facebook, ou pela loja virtual e verifiquem as variedades de sementes disponiveis, a preços muito interessantes.
Papas de Aveia Simples
Ingredientes:
250 ml de leite;
4 colheres de sopa (40g) de flocos de aveia finos;
1 casca de limão;
1 pau de canela (ou flor de anis);
1 colher de chá de mel (açúcar ou adoçante);
canela em pó.
Execução:
Numa taça alta, para evitar que extravase, misturar todos os ingredientes, excepto a canela e em pó.
Levar ao micro-ondas, na potência máxima, durante 1.30 minutos. Mexer e voltar a colocar mais 1 minuto.
Retirar e deixar descansar 2 ou 3 minutos.
Polvilhar com canela a gosto.
Enquanto descansam as papas engrossam um pouco, quanto mais tempo ficarem a descansar mais espessas se tornam.
A minha 2.ª versão leva 1 colher de sopa cacau em pó, nozes, bagas goji, amêndoas e pinhões. Junto estes ingredientes depois de saírem do micro-ondas.
A versão mais gulosa é esta última, não tem mel, mas tem... Nutella, uma colher de sopa deste creme de avelãs e chocolate e ainda algumas avelãs picadas!
adorei a fabula :) e essas papas bem rápidas ficaram com bom aspeto.
ResponderEliminarwww.ocantinhodosgulosos.blogspot.pt
Que histórias tão bonitas...... Adorei a sugestão das papas de aveia, vou experimentar.
ResponderEliminarbjns