domingo, 6 de maio de 2012

Uma Tarde de Grão para o "Dia da Mãe"

Quando Eu For Pequeno
Quando eu for pequeno, mãe, 
quero ouvir de novo a tua voz 
na campânula de som dos meus dias 
inquietos, apressados, fustigados pelo medo. 
Subirás comigo as ruas íngremes 
com a certeza dócil de que só o empedrado 
e o cansaço da subida 
me entregarão ao sossego do sono. 

Quando eu for pequeno, mãe, 
os teus olhos voltarão a ver 
nem que seja o fio do destino 
desenhado por uma estrela cadente 
no cetim azul das tardes 
sobre a baía dos veleiros imaginados. 

Quando eu for pequeno, mãe, 
nenhum de nós falará da morte, 
a não ser para confirmarmos 
que ela só vem quando a chamamos 
e que os animais fazem um círculo 
para sabermos de antemão que vai chegar. 

Quando eu for pequeno, mãe, 
trarei as papoilas e os búzios 
para a tua mesa de tricotar encontros, 
e então ficaremos debaixo de um alpendre 
a ouvir uma banda a tocar 
enquanto o pai ao longe nos acena, 
lenço branco na mão com as iniciais bordadas, 
anunciando que vai voltar porque eu sou 
                                                       [pequeno 
e a orfandade até nos olhos deixa marcas. 

José Jorge Letria, in "O Livro Branco da Melancolia"


A sugestão foi da Conceição Carvalho, é uma tarte , muito fácil e rápida de preparar.

Ingredientes:
1 base de massa folhada;
200 g de açúcar (usei amarelo);
30 g de farinha de trigo;
125 g de grão-de-bico cozido (usei de lata);
20 g de creme vegetal (pode-se usar manteiga);
3ovos + 3 gemas (reservei 1 para pincelar);
raspa de limão q.b.
canela q.b.
açúcar em pó para polvilhar (não usei).


Execução:
Triturei o grão-de-bico até obter um puré.
Misturei com o açúcar, a farinha, os ovos, as gemas, o creme vegetal, a raspa de limão e a canela.
Mexi bem até obter uma massa homogénea.
Forrei uma forma de  tarte com a massa folhada. Usei o papel vegetal que vem a embrulhar a massa, assim não foi preciso untar e foi muito fácil de desenformar.
Piquei o fundo da massa folhada com um garfo, mas sem a romper.
Enchi com o recheio a tarteira. 
Levei ao forno pré-aquecido a 180ºC, cerca de 30 minutos ou até dourar. Uns 10 minutos antes de retirar pincelei com a gema de ovo.


Vai acabar num instante! Que delicia.


7 comentários:

  1. Tem mesmo muito bom aspecto! Feliz Dia da Mãe Lenita!

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  2. Boa tarde Lenita,
    O poema é lindo! A tarte deve ter ficado uma delicia. Ja tirei a receita.
    Um beijinho e feliz dia da mãe !
    http://ideiasdamoranguetes.blogspot.pt/

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  3. Ora ler este poema acompanhado com esta tarte...hummm

    Bjocas e boa semana

    As Papinhas dos Babinhos

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  4. Que lindo post Lenita!
    E as flores são giestas? Aqui não há e tenho muita saudade pois associo o seu perfume à minha infância (e à minha mãe!)
    Bjnhos

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    1. São giestas sim Manuela, aqui há por todo o lado tenho até no quintal! A minha casa fica numa encosta no "monte" como dizemos, por isso abundam e estão lindíssimas.
      Bjs

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  5. Oi Lenita,
    Feliz dia das mães.
    Beijo,
    Vânia

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  6. Olá Lenita sou a Delicodoce :)
    Gostei muito do teu blogue, e claro já sou tua seguidora.
    Sou novata nesta matéria, mas a caminhada faz-se caminhando...
    Desejo de Felicidades e
    Bjocas.

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