Admiro-a profundamente, a sua enorme humanidade, vontade de ajudar o próximo, a dedicação total e amor pelos mais desfavorecidos, "os desesperados, os mais pobres entre os pobres". Refiro-me a Agnes Gonxha Bojaxhiu, conhecida pelo mundo inteiro como Madre Teresa de Calcutá.
Foram tantas coisas, minha querida, a Casa dos Moribundos foi a 1.ª grande obra social. Na época "Calcutá era uma cidade com centenas de milhares de indigentes. Todos os dias dezenas desmaiavam de fraqueza. Muitos deles não se levantavam mais e morriam na rua. Pensei então fundar uma casa onde esses moribundos pudessem terminar seus dias assistidos, vendo ao seu lado um rosto humano, uma pessoa que sorrisse com ternura para os fazer entender que não deveriam ter medo, pois estavam indo para a casa do seu Pai. São filhos de Deus, devem morrer com um sorriso nos lábios. Eu queria que deixassem este mundo com a certeza de que alguém os amava."
Ela foi o exemplo de como cada um de nós pode de facto mudar o mundo, fazer a diferença. “Não usemos bombas nem armas para conquistar o mundo. Usemos o amor e a compaixão. A paz começa com um sorriso”, assim o dizia com a simplicidade que lhe é conhecida.
Madre Teresa foi provavelmente a mulher mais homenageada do século XX. Em 17 de outubro de 1979, recebeu em Oslo o Prêmio Nobel da Paz.
Decidi convida-la para jantar e participar desta forma na edição de junho/julho do projeto da Ana, "Convidei para Jantar", a decorrer no blogue, No Reino da Prussia, da Sofia, com o tema "Mentes Brilhantes". Mais que uma mente brilhante a minha convidada tem um "Coração Brilhante".
Decidi convida-la para jantar e participar desta forma na edição de junho/julho do projeto da Ana, "Convidei para Jantar", a decorrer no blogue, No Reino da Prussia, da Sofia, com o tema "Mentes Brilhantes". Mais que uma mente brilhante a minha convidada tem um "Coração Brilhante".
Aguardei-a com ansiedade, sem saber se viria. Foi então que senti uma onda de calor, como se sol tivesse inundado a minha cozinha, condenada à sombra! Virei-me e ali estava ela, tal como sempre a vi, envergando um sari branco de azul listrado, o rosto marcado pelo tempo e pela bondade, sorriso meigo, aberto e o olhar tão doce.
Senta-mo-nos à mesa, servi-lhe uma jantar muito simples, mas muito nutritivo, saboroso e tipicamente Minhoto.
Ela contou-me, em jeito de graça, que a certa altura tentou impor-se uma dieta de arroz e sal, mas cedo percebeu que para desempenhar o seu trabalho precisava de se sentir forte, por esse motivo, "decidiu que ela e suas companheiras iriam alimentar-se com simplicidade, mas de maneira suficiente para manter a saúde e trabalhar a serviço dos pobres."
Conversamos longamente, deixei que ela falasse, pedi-lhe que me contasse o que mais a gratificou no seu trabalho.
Mais tarde erguemos A Casa das Crianças, sabes Lenita, "eu sou mãe de milhares de crianças abandonadas. Recolhi-as nas calçadas, no lixo, nas ruas... Foram-me trazidas pela polícia, pelos hospitais onde eram recusadas pelas mães. Eu salvei-as, criei-as e fiz-las estudar... Para muitos encontrei depois uma família adotiva e estão bem. Encontram-se espalhados pelo mundo...mas lembram-se sempre de mim."
Este foi o começa, depois surgiram centenas de casas espalhadas pelo mundo, 440 espalhadas por 90 países do mundo."
Eu permaneci na Índia, é lá o meu lar, sempre será.
Eu permaneci na Índia, é lá o meu lar, sempre será.
(Biografia - "Teresa dos pobres", de Renzo Allegri. Paulinas, São Paulo, 1998)
Ingredientes:
Massa da Broa
500 g de farinha de milho (usei farinha de padaria);
450 ml de água a ferver;
100 g de farinha de centeio;
100 ml de água;
450 ml de água a ferver;
100 g de farinha de centeio;
100 ml de água;
18 g de fermento de padeiro;
6 g de sal fino.
* esta quantidade de massa dá para dois bolos com sete sardinhas cada.
Molho
1 cebola;
2 dentes de alho;
2 tomates maduros;
1/2 pimento vermelho;
4 colheres de sopa de concentrado de tomate;
1 malagueta;
1 folha de louro;
azeite;
sal q.b.
14 sardinhas frescas escaladas e previamente temperadas com sal (pelo menos 2 horas antes).
Execução:
Numa tigela grande coloque a farinha de milho e o sal. Escalde-a com a água a ferver, mexa com uma colher até que não reste farinha em pó. Deixe repousar durante 30 minutos, para que o o granulo de amido do
milho rebente, uma vez que é muito mais resistente do que o de trigo.
Findo esse tempo adicione a farinha de centeio, o fermento desfeito num pouco de água morna e a restante água. Amasse bem, pode ser necessário juntar um pouco mais de farinha de centeio. A massa fica "mole" e peganhenta.
Forme uma bola e faça um cruz na superfície.
Deixar a massa levedar durante uma hora.
A massa vai crescer e rachar.
Enquanto está a levedar prepare o molho.
Refogue ligeiramente a cebola cortada em fatias finas com o azeite, a folha de louro e os alhos picados. Junte o tomate, o pimento e a malagueta, partidos em pedaços pequenos. Adicione o concentrado de tomate e sal, a gosto, deixar cozinhar em lume brando.
A massa já levedou 1 hora, cresceu e está rachada. Divide-se ao meio e com as mãos enfarinhadas estende-se sobre um tabuleiro também ele enfarinhado.
Dê-lhe uma forma circular (como uma pizza). Repita o processo para a segunda, pois como já referi a quantidade de massa chega para dois bolos.
Dê-lhe uma forma circular (como uma pizza). Repita o processo para a segunda, pois como já referi a quantidade de massa chega para dois bolos.
Cubra com o molho.
Leve ao forno, pré aquecido a 200º, durante 30 minutos e depois reduza a temperatura para 180º, coze mais durante mais 10 minutos. Vá verificando, pois os tempos de cozedura variam confome o forno.
Há coisas que não se podem perder, fazem parte da nossa herança cultural e neste caso gastronómica. O Bolo de Broa é uma maravilha da cozinha do Minho. Dele existem várias versões, hoje trago-vos o de sardinha.
Sobre a massa, feita com farinha de milho e centeio, deitam-se as sardinhas que se tapam com um lençol perfumado pelos tomates, pimentos e azeite.
Recebeu a sua convidada muito bem. Gostava de estar presente teriamuito que apreender :)
ResponderEliminarOlá Lenita,
ResponderEliminarGostei imenso da tua escolha, é realmente dona de um coração brilhante!! :)
A tua escolha gastronómica encantou-me, estou aqui a salivar...gosto tanto de tudo que nem sei por onde começar...acho que a ideia de conjugar broa de milho, sardinha (e o molhinho...!!) com molho de tomate é excelente, não sabia que era típico de uma zona que gostei tanto de visitar!
Parabéns!tem um aspecto formidável, quem me dera provar...
Beijinho
Ah e fico à espera de novas versões :)
Infelizmente acho que caiu em desuso, é uma receita que deve ser recuperada, até porque não é nada difícil de fazer. Provavelmente como as famílias deixaram de cozer a broa em casa este prato também se deixou de fazer.
EliminarEu fiquei radiante com o resultado e já estou a pensar na próxima!
Olá Lenita!
ResponderEliminarUma boa escolha, uma convidada brilhante e com um coração de ouro.
Paz, amor e compaixão. Um texto lindo e um bolo de broa maravilhoso.
Não conhecia esta especialidade minhota, mas a adivinhar pelo aspecto deve ser delicioso. Parabéns.
Um beijinho.
Olá Ginja,
EliminarTambém acho que esta receita é pouco conhecida, não aparece no livro "Cozinha Tradicional Portuguesa", e n blogu'esfera de culinária não encontrei nada igual.
É um petisco bem antigo, do tempo em que quase todas as casas coziam broa; com um pouco da massa fazia-se também o "BOLO", que podia ser como este de sardinhas, ou com enchidos caseiros e toucinho salgado (que irei apresentar um dia destes). Quem gosta de broa e de sardinhas vai adorar este "bolo", no dia seguinte é ainda melhor!
Olá Lenita,
ResponderEliminarTens toda a razão: é uma convidada com coração brilhante. Adorei o teu texto.
Não conhecia esta maneira de preparar sardinhas, fiquei com muita vontade de experimentar.
Obrigada pela tua participação!
Beijinhos
Sofia
Vou gostar muito de ver esta receita na tua cozinha, quando fizeres diz-me!
EliminarBjs
Querida Lenita, adorei sua convidada, é de um coração puro, onde sua vida era baseada na bondade e caridade, amei o texto, e sua escolha não poderia ser melhor o que prova que tem muito amor e bondade em seu coração. Deves ter aprendido muito com essa mulher maravilhosa. Adorei seu bolo, nunca tinha visto receita assim com as sardinhas frescas no bolo, adoro sardinhas e sem dúvida nenhuma ficou deliciosa e Madre Tereza certamente voltará mais vezes. Beijinhos
ResponderEliminarQue palavras tão doces e generosas! Obrigada Josy.
EliminarBjs
Olá,
ResponderEliminarAdorei o texto, nunca o tinha lido e escolheste uma excelente convidada, a receita é fantástica, como todas as que tenho visto por aqui. Eu vou ajudar-te a recuperar esta tradição e vou levar a receita para a minha cozinha.
beijinhos
Ana Paula quando fizeres e se publicares diz-me, gostaa de ver, e tenho receio que me possa "escapar"!
EliminarLenita, minha amiga...que post fantástico!!!!
ResponderEliminarEmocionante ver vc usar toda sua arte em prol do resgate desse prato -Uma delicia que não faz mal a nada e faz bem a tudo!, bem como o respeito pela nossa língua tão bem representada pela maneira correta de sua escrita.
Parabéns!
As suas palavras encherem-me de alegria! Obrigada Marbene.
EliminarOlá Lenita!!! Fizeste-me voltar a ser menina pequena com esta tua receita! Perdi a conta às vezes que ia para casa da minha tia M. só com a ideia de comer o bolo de milho e sardinhas como ela lhe chamava! Feita com farinha de milho do milheiral dela, aquilo era ver desaparecer tamanha maravilha! Vou levar a receita comigo, pois quero voltar mais vezes a ser menina :)
ResponderEliminarbeijinhos!
Olá Lenita!!! Que palavras tão bonitas. O texto está mesmo muito bem escrito!!! Uma convidada realmente amorosa :)
ResponderEliminarQuanto ao bolo que lhe ofereceste para o jantar não o conhecia... Mas gostei muito do que vi :)
Um beijinho
Olá Lenita, excelente post, foi um gosto ler o teu texto.
ResponderEliminarA receita não conhecia, achei-a fantástica, obrigada por partilhares;)
Obrigada pelo carinho, beijinhos.
Até para mim, que não sou um grande apreciador de sardinhas, estava excelente. Só poderia estar divino sendo feito por quem foi.
ResponderEliminarExcelente aspecto esta bolinha, parece uma pizza de sardinha, gostei :-)
ResponderEliminarOLÁ LENITA,
ResponderEliminarLINDO TEXTO, LINDAS PALAVRAS, E RECEITA SIMPLESMENTE
MARAVILHOSA, TUDO PERFEITO!
TENHA UM FINAL DE SEMANA ABENÇOADO!
BJS,
ANDRÉA ♥
Que excelente receita para os Santos Populares ;) as fotografias ficaram muito bonitas e muito animadas!
ResponderEliminarGostei de ler o texto :)
Beijinhos!
Não podias ter escolhido melhor ementa para a tua convidada. O pão fermenta e alimenta o corpo como Madre Teresa fez fermentar o mundo de Amor.
ResponderEliminarNão sei se me aventuraria a fazer esta receita, mas fiquei com muita vontade de a provar.
Beijinhos