terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Pavlova de Mirtilos

Ela estava ali, ao lado dele. Ele estava com ela, mas não a via!
Hoje, para ele, ela seria quase invisível. Podia segurar-lhe na mão, podia sorrir-lhe, podia até aperta-la junto ao peito e mesmo assim sabia que os seus olhos estavam presos noutro lugar. Porem não lhe importava, seria algo passageiro, hoje podia ficar preso na outra à vontade, podia deseja-la, encher os olhos dela, ficar pertinho e sentir-lhe o doce aroma. Hoje podia imaginar o seu beijo quente, prende-la pela cintura e  inundar os sentidos imaginando-a sua. A final não era todos os dias que se podia disfrutar de alguém com tanta beleza...
Tinha que reconhecer que ela era deslumbrante, mas sabia que ficaria por pouco tempo, era assim a Pavlova completamente inebriante!


Ela é a favorita cá em casa, a mesa pode estar cheia de doces iguarias mas se ela estiver presente ofusca todos as restantes! É sempre a mais desejada e por isso a primeira a acabar! Esteve, por muito pouco tempo, na mesa de Natal.


Os mirtilos  foram (mais uma vez) uma gentil oferta da Bioprodutores. Mesmo estando congelados mantiveram o seu delicioso sabor.
Segui a receita do Célio do "Sweetgula" na execução do merengue.


Pavlova de Mirtilos

Ingredientes:


Merengue


6 claras de ovo;

220 g de açucar;
1 colher de café de essencia de baunilha;
2 colheres de chá de vinagre de cidra;
1 colher de sobremesa de amido de milho.

Doce de Mirtilo

300 g de mirtilos (usei congelados);
150 g de açucar;
1 colher de sobremesa de sumo de limão.

Creme

200 ml de natas;

200 ml de iogurte grego;
açúcar;
sumo de limão.

250 g de mirtilos para finalizar.




Execução:

Merengue

Começar por desenhar um circulo sobre uma folha de papel vegetal com cerca de 20 cm de diâmetro.
Colocar a folha num tabuleiro com a parte desenhada virada para baixo.
Bater as claras até formarem picos suaves. Sem parar de bater, aos poucos, adicionar o açucar, até que fiquem bem firmes.
Seguidamente juntar a baunilha e o vinagre, bater novamente para misturar bem.
Envolver delicadamente o amido de milho.
Verter o merengue sobre o tabuleiro forrado, na zona com o circulo desenhado.
Dar-lhe a forma desejada com a ajuda de uma espátula, ou mesmo com as costas de uma colher.
Pressionar o centro de modo a formar uma concavidade.
Aquecer o forno a 150º C. Colocar o merengue no forno a baixar a temperatura para 140º C. Voltar a reduzir a temperatura 15 minutos depois para 120º C, deiare cozinhar durante 1.30 h.
Arrefecer completamente dentro do forno, com a porta ligeiramente entreaberta.

Doce de Mirtilos

Levar ao lume todos os ingredientes até levantarem fervura. Manter em lume brando mexendo uma vez por outra, até que os mirtilos se desfaçam. Deixar arrefecer.

Creme de Nata e Iogurte

Bater as natas até espessarem, juntar o açúcar e o sumo de limão. Voltar a bater para se misturarem bem.
Adicionar o iogurte e bater novamente em velocidade lenta.

Montagem

Descolar o merengue do papel vegetal lentamente com a ajuda de uma espatula, ou faca. Rodar e cuidadosamente desliza-lo para um prato de servir.
Rechear com o doce, deixando escorrer algum pelas laterais.
Cobrir com o creme.
Finalizar dispondo os mirtilos.



Ao sair do forno estava perfeita!
Depois com o peso das 3 camadas de recheio foi estalando um pouco, mas nada de especial.
Levei-a ao frio e servi fresca, estava divina! bem crocante no exterior e cremosa por dentro, tal como deve ser.




Com ela encerro 2014 aqui no blogue.
Desejo que 2015 vos traga tudo de bom e muitos sonhos realizados!
Por falar nisso... hoje aqui o pequeno está de parabéns, faz 3 anos que nasceu!



terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Bufas ou Borrachos

Chega de mansinho, sem fazer barulho!
Ninguém o ouve, ninguem o vê, mas todos sabem que ele virá!
Gosta de ser bem acolhido, por isso a mesa tem que estar posta e repleta de doces iguarias.
Há que afirme com certeza que ele gosta de leite frio e bolachas, mas eu vou contar-vos um segredo... aqui em casa, do que ele realmente gosta é de uma boa "bufa", quentinha, perfumada pela canela e emborrachada de vinho muito docinho. Aquece-lhe a alma e dá-lhe força para o resto do caminho.


Esta é uma receita de familia, de muitas familias!
Aqui no Alto Minho, especialmente na zona do vale do rio Minho (Caminha, Cerveira, Valença) é muito apreciada e está presente na mesa de consoada.
A primeira vez que comi "bufas" foram feitas pela minha sogra, cheguei a ver como ela as fazia. Só que era tudo feito "a olho", sem peso , nem medidas. Esfarelava-se o pão duro, uma grande semea, que as padarias fabricam (a par com os cacetes) especialemente para o efeito. Depois juntavam-se os ovos, primeiro sem cuidado e de seguida um de cada vez, até que a massa tivesse a consistencia certa.
A minha primeira tentativa não correu nada bem, ficaram duras, não ensoparam bem o vinho... um desastre. Durante muito tempo não voltei a fazer, preferia as que ela sempre trazia. Depois que faleceu a minha cunhada Alice tomou a seu cargo fazer as bufas e partilhar connosco.
Este ano uma conterrânea pediu-me a receita e acordou o bichinho! A final as receitas que mais gosto de fazer são as bem antigas e esta é uma delas.
Descobri que está no livro de "Cozinha Tradicional Portuguesa" de Maria de Lurdes Modesto, e testei-a para ver se era igual. É sim e com a grande vantagem de já ter as quantidades descritas.



Ingredientes:

250 g de miolo de pão duro;
5 a 6 ovos;
50 g de açúcar;
1 colher de chá de canela;

oleo para fritar q.b.

Calda

500 ml de vinho verde branco;
250 g de açúcar (gosto de usar do amarelo);
2 paus de canela;
casca de limão.



Execução:

Prepara-se a calda levando ao lume todos os ingredientes.
Esfarala-se bem o miolo do pão (tipo semea). Batem-se todos os ingredientes até obter uma massa lisa e com textura mole (tipo massa de bolo). A quantidade de ovos necessários dependo do tipo de pão usado e do tamanho dos ovos. 
Fritam-se colheradas de massa, de ambos os lados. Viram-se com a ajuda de 2 colheres.
À medida que vão ficando fritas colocam-se dentro da calda e deixam-se ferver em lume muito brando, até estaram bem "borrachos" (ensopadas).
Vão-se retirando para um recipiente para dar lugar às seguinte.
No final deve-se ter ainda bastante calda. Se for necessário junta-se mais vinho e açucar.
Regam-se com a restante calda.
Servem-se mornas.

No Facebook mostro algumas fotos com a execução... espreitem lá.


Alguns "segredos" importantes para um bom resultado:

  • O vinho tem que ser de boa qualidade,  gosto de usar um loureiro,  trajadura misturado com alvarinho, ou até mesmo só alvarinho;
  • O pão usado deve ser tipo regional, uma semea com muito miolo é o ideal e tem que estar duro (com no minimo 2 dias). Desta forma é mais fácil de esfarelar, pode até usar-se um robot de cozinha para essa tarefa. 
  • Prefiro o açucar amarelo, o mais escurinho (RAR), acho que melhora o sabor e a cor da calda fica mais bonita;
  • É importante deixar ferver em lume bem brando, evitando a rápida evaporação do vinho e permitindo que as bufas fiquem completamente encharcadas;
  • As bufas são servidas dentro da calda, por isso caso reste pouco no final é preciso fazer um pouco mais. Depois servem-se mornas e regadas com a calda.



Desejo a todos os  que por cá passam um Natal muito feliz, que seja rodeado por quem amam, cheio de alrgria e doces aromas. Que dele fiquem gratas memórias, memórias que  permanecem e podem ser revisitadas ao longo do tempo.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Rabanadas Assadas no Forno

Queria tanto poder gostar de ti!
És jovem e de aspeto tão tentador, atrai-me do teu ar jovial e o sorriso fácil. Encanta-me especialmente  a alegria que te dança no olhar!
Quem és tu a final?
Porque te atreves a desafiar-me, dizendo-te inofensiva?
Mostras-te leve e solta, livre de pecado mas isso não é verdade... são apenas aparências!




O Natal tem cheiro de canela e sabor tão docinho!
São dias de excessos e que bons que eles são!
Gosto de manter a tradição, mas sempre descobrindo novas receitas. Junto o novo ao tradicional e ninguém leva a mal.
Decidi experimentar a rabanadas assadas no forno. Escolhi uma receita da chefe Càssia Fróio e adaptei-a ao meu gosto. Entre outras alterações sei um licor de laranja em vez do rum. Obtive um sabor a laraja bem distinto, que em conjunto com a canela é delicioso. 
Não se pode dizer que é uma receita inofensica, como já vão ver, mas ao retirar a gordura da fritura, uma parte do sabor também é eliminado, precisa de algum tipo de compensação ou as rabanadas irão ficar... "deslavadas".


Rabanadas Assadas no Forno

Ingredientes:

pão cacete duro, com 2 dias (usei 2 cacetes tipo francês, dos fininhos);
500 ml de leite meio gordo;
raspa de 1 laranja;
2 colheres de sopa de açúcar;
2 colheres de sopa de manteiga;
2 colheres de café de essencia da baunilha;
3 colheres de sopa de Cointreau (pode ser rum ou conhaque);
200 ml de natas light;
1 pau de canela;
2 ovos + 2 gemas;
mistura de açucar e canela para polvilhar q.b.




Execução:

Levar ao lume o leite, o pau de canela, a raspa da laranja, e 2 colheres de sopa do licor de laranja. o açucar, a manteiga e 1 colher de café de essencia de baunilha.
Deixar ferver em lume muito brando durante 5 minutos. Retirar do lume e juntar 2/3 das natas.
Barrar 2 tabuleiros baixinhos com manteiga e polvinhar bem com a mistura de açúcar e canela.
Cortar o pão em fatias com a espessura de um dedo.
Bater os ovos e as gemas, as restantes natas, 1 colher de café baunilha e 1 colher de sopa de licor.
Juntar a  parte restante das natas à  infusão de leite e mexer bem.
Mergulhar as fatias de pão no leite quente.
Sequidamente passar pela mistura de ovo.
Dispôr sobre os tabuleiros e polvilhar com açúcar e canela.
Levar ao forno, pré.-aquecido a 180.º C, durante cerca de 30 minutos, ou até terem um aspeto levemente tostado.
Raspar do fundo dos tabuleiros a restante canela e açúcar distribuir pelas rabanadas.




Eu tenho que vos confessar que gostei imenso desta novidade, ficaram muito saborosas, com um travo a laranja, são de facto muito boas. O meu filho disse que para ele ficam em 2.ª lugar, logo a seguir às de rabanadas com creme de ovo!



São melhores que as tradicionais?
Na minha opinião, muito, muito sincera?
São muito diferentes. Na mesa da consoada eu vou continuar a querer rabanadas fritas (de leite ou de vinho), matendo a tradicão , com frutos secos e uma calda ... ainda não sei bem qual. Vou mudando todos os anos o tipo de rabanadas (só não posso deixar de fazer as de creme de ovo, não me deixam)!
Então e estas?
Vou fazer mais vezes, vou mesmo... quando já não for Natal.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Doce de Chuchu com Açafrão e Limão

O seu aspeto era pálido, como se estivesse há muito privado da companhia do sol! Tinha um semblante tristonho e mesmo sendo jovem parecia envelhecido, perdera o encanto! Na verdade o seu ar era pouco amistoso!
Então decidi que precisava de lhe mudar aquela cor,  como o faria?
Talvez o que precisasse  apenas de calor, uma pitada de alegria, um golinho de amor. 
Voltaria então a brilhar como um lindo raio de luz! Ficaria bem diferente, muito mais atraente, um verdadeiro chuchu!



A minha amiga Gina deu-me um cesto cheio de chuchus e pensei logo experimentar fazer doce, nunca tinha feito e nem sequer comido, estava curiosa!  Fui pensando no assunto, conversando com colegas e amigas sobre a forma de o fazer. Espreitei diveros blogues  e confesso que o aspeto do doce não me atraia, uma cor pálida, desmaiada, sem grande piada. Então ocorreu-me dar-lhe uma volta, porque não?
Juntar-lhe o sabor e a cor do limão! Lembrei-me então do açafrão, lindo na sua cor viva, que não altera o paladar e o enche de excelentes propriedades (sim a açafrão faz muito bem à saúde).
Adorei o resultado, parece um frasco cheio de fios de ovos!
Tem um sabor citrico e um belo perfume de canela.


Doce de Chuchu com Limão e Açafrão

Ingredientes:


1 kg de chuchus descascados;
750 g de açúcar*;
2 paus de canela (Suldouro);
sumo e raspa de 1 limão grande;
1 colher de chá de açafrão em pó (Suldouro).


*A quantidade de acuçar da receita destina-se a um doce que vai ser preservado à temperatura ambiente. Porém este doce pode ser realizado com menos açucar (450g), necessitando ser guardado no frigorifico ou, para uma conservação mais prolongada no tempo, deve ser congelado.


Execução:

Ralar o chuchu de forma a obter fios finos (como se fosse para salada).
Levar ao lume com o açucar, o sumo e raspa de limão e os paus de canela.
Juntar o açafrão.
Deixar o doce ferver lentamente, mexendo ocasionalmente, até atinguir o ponto.
Conservar em frascos herméticos.


Esta experiência deixou-me entusiasmada e com vontade de fazer novas variantes.... imagino tantas possibilidades!



Presta-se a fazer belas decorações, pode até ser usado no bolo rei em substituição dos ovos moles.


Gosto deste menino chuchu, gosto sim senhor!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Bolo de Castanhas

Não me apetece acariciar-te, nem mesmo chegar mais perto!
Tens um aspeto selvagem, agressivo, pareces um bicho! 
Mesmo quando começas a despir-te aparentas rudeza, nunca vi ninguém com tão pouca sensualidade!
Só quando por fim tiras a camisa e ficas completamente nua, só nesse momento consigo imaginar as delicias que me podes proporcionar. Porém ainda não estás pronta, não ainda é cedo, deixo-te aquecer, sim a ti eu quero-te "quente e boa".


"Quem quer quentes e boas, quentinhas?"
São tão boas as castanhinhas! Assadas, cozidas se as apanho é-me dificil resistir-lhes, mesmo sabendo que vão fazer uma grande revolução depois... paciência quando há festa esperam-se os foguetes, ahahah!
Faltava aqui um bolinho de castanhas, e quando recebi a revista teleculinária "Especial Sobremesas de Outono" marquei algumas receitas para testar. Este bolo foi uma delas, adaptei-o ao meu gosto e claro que dei um jeitinho para o deixar com uma cara bem tentadora, ou não fosse aqui o sitio das tentações!



Bolo de Castanhas

Ingredientes:

Bolo


500 g de castanhas cozidas descascadas;

200 g de açúcar amarelo;
6 ovos;
100 ml de oleo de amendoim;
100 g de farinha;
150 g de frutos secos (nozes, amendoas, passas...)*;
1 colher de sobremesa de fermento em pó;
1/2 colher de chá de erva doce em pó.

Cobertura

200 g de chocolate negro 70% cacau em tablete;

1 colher de sopa de manteiga;
300 g de castanhas assadas descascadas.

* coloquei também castanhas cozidas partidas em pedaços pequenos e ainda gostei mais do que dos frutos secos.



Execução:

Bolo


Reduzir as castanhas a puré.

Bater o açúcar com os ovos inteiros até obter um creme fofo e volumoso.
Juntar o oleo em fio continuando a bater.
Adicionar o puré de castanha, a farinha, a erva doce e o fermento e bater novamente.
Picar grosseiramente os frutos secos e misturar na massa.
Verter numa forma de chaminé bem untada com margarina e polvilhada com farinha.
Levar ao forno, pré-aquecido a 180º C, durante 40 minutos. Fazer o teste do palito.
Desenformar depois de arrefecer.

Cobertura

Partir o chocolate em pequenos pedaços.

Derreter em banho maria ou no micro-ondas.
Misturar a manteiga.
Mergulhar as castanhas assadas no chocolate.
Secar sobre papel vegetal.
Verter o restante chocolate sobre o bolo.
Dispor as castanhas banhadas em chocolate.




Cozi as castanhas com sal, erva doce (sementes de funcho) e erva das castanhas, perdoem-me mas por aqui todos lhes chamam assim e não sei como se chama! Podem usar castanhas congeladas já descascadas, facilita muito o processo.
Quanto a cobertura, castanhas assadas banhadas em chocolate negro são... mesmo boas!



Fiquei muito agradada com o resultado deste bolo, é delicioso e tem o sabor das castanhas.
Na proxima vez não vou colocar os frutos secos, fico-me só pelas castanhas cozidas aos pedacinhos.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Bolo de Abóbora e Nozes

Basta! Basta!
Chega! Já é demais!
Irra! Tanta esquisitice já é burrice!
Nem oito, nem oitenta!
Acaba em isso de uma vez, já lá vão três!
O sábio povo diz que "três foi a conta que Deus fez"... se até Deus acha que três chega... quem sou eu para contradizer! 
Assim será então, terá mesmo que ser!


Este é "O" Bolo de Abóbora, aquele que não me canso de repetir, que faço todos os anos, que todos me pedem a receita e que sempre, sempre sai bem!
Decidi, no ano passado... sim estas fotos, cheias de sol, foram tiradas precisamente neste dia, mas no ano de 2013, (com um verdadeiro verão de S. Martinho, ao contrário deste ano que por aqui a chuva nos foi acompanhando a maior parte do dia)... dizia eu... sim dizia que decidi experimentar confeciona-lo na máquina de fazer pão. Foi feito na minha sala de aula, com os meus pequeruchos e fotografado no intervalo do almoço, no maravilhoso "Parque do Castelinho", de Vila Nova de Cerveira, que se estende pela margem do Rio Minho.
Há vários anos que faço este bolo na escola por vários motivos: permite-me usar a "abóbora assustadora" que invariavelmente preparamos para o "Dia das Bruxas", levando os pequenotes a come-la sem fazerem caretas e claro, não menos importante, é de fácil realização, podendo ser confecionado com a ajuda das crianças de uma forma bem simples. Permite-me ainda trabalhar uma série de conteudos importantes... mas não vos vou maçar com isso.


Eu queria há já muito tempo colocar aqui esta receita mas, por um ou por outro motivo, fui adiando à procura do bolo perfeito! Fi-lo e fotografei-o 3 vezes e nunca me pareceu perfeito o suficiente para vos mostrar! 
No caso deste que aqui veem agora, hesitei (durante1 ano) pois, por ser um bolo grande, não estava cozido no final do programa e tive repetir a fase "cozer" uma segunda vez, por isso ficou um pouco torradinho nas laterias e deixou-me... insafisfeita! 
Houve uma outra versão, que lhe fiz uma cobertura crocante à qual me esqueci de adicionar o açucar e que ao cortar as fatias caia toda... rejeitado!
Houve um outro que simplesmente detestei as fotos!  
É agora pensei... este ano... desta vez vai ficar tudo perfeito, o bolo ficou lindo, lindo (o meu e os restantes 4, porque todas as salas do pré-escolar da minha escola o fizeram com sucesso) e então perguntam voces?
Choveu e não pude sair com ele até ao parque para fotografar! 
Irra é demias!
Basta, decidi! 
Vou deixar-me de esquisitices e partilhar de uma vez esta receita, porque é daquelas que realmente merece ser bem guardada. Não me perguntem onde a fui buscar, não sei! Está comigo há muito tempo, é daquelas apontadas numa folha solta, amarelada, manchada...não faço ideia de onde veio, pela mão de quem me chegou!


Bolo de Abóbora com Nozes

Ingredientes:


2 chávenas de açúcar;

4 ovos;
1 chávena de oleo de girassol (pode ser um pouco menos):
3 chávenas de farinha;
100 g de coco ralado;
500 g de abóbora crua ralada;
1 chávena de miolo de noz;
raspa de 1 laranja grande;
1 colher de chá de fermento em pó;
1 colher de café de canela.


Execução tradicional:

Bater bem os ovos inteiros com o açucar. 
Juntar o oleo e a raspa da laranja, mexer bem.
Misturar  o coco ralado com a farinha e o fermento, envolver na massa.
Adicionar a abóbora ralada e as nozes partidas aos bocadinhos, mexer para que fique tudo bem incorporado.
Colocar numa forma previamente untada com margarina e polvilhada com farinha.
Levar ao forno, pré-aquecido a 180.º C, durante 40 minutos. Fazer o teste do palito.
Desenformar após ter arrefecido quase totalmente.

Execução na MDF (aconselho a reduzir a quantidade da receita a metade):

Colocar na cuba 1.º os ingredientes líquidos (ovos e oleo), seguido dos sólidos (açúcar, coco ralado, farinha, fermento, canela, raspa de laranja, abóbora e nozes).
Selecionar o programa "Bolo". 
Deixar arrefecer quase totalmente antes de desenformar.


Andei tanto tempo à procura do bolo de abóbora perfeito e na verdade eu já o tinha publicado muito antes de ter o "Tentações Sobre a Mesa"!
É verdade, com passo a passo e tudo! Querem ver?
Então espreitem AQUI, foi em 2009, no meu "saudoso" jardim de infância de Reboreda.


Acreditem em mim quando vos digo que este bolo de abóbora é mesmo bom e não pensem que me enganei a escrever "500 g de abóbora" é isso mesmo, meio quilo dela e quanto mais cor de laranja ela for, mais lindo vai ficar o interior do bolo.
Espero que tenham um fantástico "Dia de S. Martinho", com tudo o que têm direito, castanhas, água pé e bolinho.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Quiche de Cebola Roxa e Presunto de Peru

Se ele vier vou estar preparada!
O vestido novo tirei do armário, os sapatos de salto alto estão a brilhar.
Separei a linda gargantilha e os brincos de coração.
Vou carregar um pouco mais no perfume e os lábios de carmim pintar.
Estou à espera que chegue, não me pode falhar!


O mês de outubro foi um "verão de outono"! Voltou a apetecer passear à beira mar e até mesmo dar um mergulho. É estranho andar de sandálias e manga curta no inicio de novembro, estranhamente bom!
Foi assim... mas agora o frio chegou, não vou reclamar, até já me apetece acender a lareira e voltar a encher a latas de muitos chás diferentes, para me aquecerem nas noites passadas enrolada no sofá a ver tv, ou por aqui com voces.


Embora uma quiche saiba sempre bem, eu associo-as a dias solarengos e quentes, talvéz porque se presta a lanches fora e a piqueniques. Porém também me sabe bem comida quentinha acabada de sair do forno. Algumas coisas não têm estação, não têm hora ou lugar. Algumas coisas são simplemente boas sempre!


Ingredientes:

Base

1 + 1/4 chávenas de farinha de trigo;
1 chávena de farinha de trigo integral;
1/2 chávena de azeite;
1/2 chávena de leite;
sal;
açafrão;
mangericão seco.

Recheio

1 cebola roxa grande;
150g de presunto de perú "Quinta dos Fumeiros";
150 g de queijo flamengo ralado;
3 ovos M;
1 iogurte natural;
1 dente de alho;
pimenta preta;
sal marinho;
azeite;
segurelha.


Execução:

Massa

Misturar as farinhas.
Juntar o leite, o azeite e os temperos.
Amassar até que seja possivel formar uma bola.
Levar 20 minutos ao frigorifico.
Estender sobre uma superficie levemente engordurada e forrar a forma de tarte.

Recheio

Cortar a cebola em rodelas finas e saltear em azeite com o alho esmagado.
Bater os ovos e misturar com o queijo, o iogurte e os temperos.
Juntar o presunto e as cebola e envolver bem no creme.
Levar ao forno, pré-aquecido a 180º C, até dourar.


Eu sei que é outono mas ainda posso esperar por ele, não posso?
Está bem, têm razão, ele já veio, chegou antes de tempo e até se deixou ficar... mesmo assim eu acho que pode voltar!
Volta lá verão, olha que o S. Martinho está mesmo a chegar!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Argola de Pão Recehado com Presunto, Mozarela e Ervas Aromáticas - World Bread Day 2014

Passas em galope veloz, nunca olhas para trás... ou talvez olhes, mas sem te deteres! És um cavalo louco, em constante corrida, não esperas por ninguém, não páras por nenhum motivo!
Mesmo quando te peço que abrandes, que vás um pouco mais devagar, fingues não perceber e segues, segues nesse teu ritmo feroz e fazes-me correr também! Corro porque não te quero perder, embora sinta que és como os grãos de areia que teimam em escapar da palma da minha mão!


Cá estou eu novamente a celebrar o "Dia Mundial do Pão", que também é o "Dia Mundial da Alimentação". 
O tempo é mesmo um cavalo de corrida que galopa incessantemente! Parece-me foi há dias atrás que fiz os  Caracois de Pão Integral com Chouriço e Tomate Cherry,  para celebrar este dia, mas já lá vai 1 ano!


Um pão bem fácil de fazer, sem complicações, de miolo macio, côdea crocante e com um cheirinho... quem me dera pudessem sentir o cheirinho dele! 
Quanto ao recheio... ele é generoso e muito, muito saboroso! As ervas aromáticas dão-lhe um toque especial.


Argola de Pão Recheado com Presunto, Mozarela e Ervas Aromáticas

Ingredientes:

Massa do pão

350 g de farinha de trigo T 65;
200 g de farinha de trigo integral;
300 ml de leite;
2 ovos M;
2 colheres de sopa de creme vegetal;
1 colher de sopa de açúcar mascavado;
1 pacote de fermento de padeiro seco (4g);
1,5 colheres de chá de sal.

Recheio

300 g de presunto fatiado;
2 bolas de queijo de bufala;
rodelas de azeitonas pretas e verdes;
folhas de salvia e de tomilho q.b. *

sementes de sésamo brancas e pretas para colocar por cima da argola.

*podem-se substituir por outras ervas a gosto como por exemplo oregãos, alecrim, salsa, coentros...



Execução para a MDF:

Amornar o leite mais ou menos a 30.º C, misturar o creme vegetal derretido, juntar os ovos e bater ligeiramente. Verter na cuba da máquina.
Peneirar a farinha de trigo e misturar com a farinha de trigo integral, o açúcar, o sal. Adicionar aos restantes ingredientes.
Juntar o fermento.
Selecionar o programa para massa (na minha máquina é o n.º 6).
Findo o programa retirar a massa do pão e estender sobre uma superfície na qual se espalhou um pouco de azeite (para evitar que se pegue), formando um estrangulo como o da imagem.
Dispor os ingredientes do recheio sobre a massa e enrolar como se fosse uma torta. Unir os extremos formando uma argola, sobrepor um pouco e presionar os bordos da massa para unirem bem.
Com um pincel molhar um pouco a superfície do pão e salpicar com as sementes de sésamo.
Deixar levedar cerca de 1 hora, num ambiente aquecido.
Com uma faca afiada dar 4 golpes na superfície do pão.
Pré-aquecer o forno a 240.º C.
No fundo do forno colocar um tabuleiro com água a ferver.
Cozer durante 20 minutos e depois baixar a temperatura para 200.º C, cozer mais 20 minutos.
Caso comece a ficar demasiado tostado cobrir com um pouco de papel vegetal.
Deixar arrefecer sobre uma grelha.


Método tradicional:

Peneirar a farinha de trigo.
Numa tigela misturar ambas as farinhas e o açúcar.
Abrir uma cova ao centro, colocar sobre a farinha, de um lado o fermento e do outro o sal.  
Adicionar o leite tépido e o creme vegetal derretido.
Gradualmente envolver a farinha, no liquido até que esteja toda incorporada. 
Sobre uma bancada levemente engordurada (com um pouco de azeite), amassar bem, cerca de 10 a 15 minutos, até que obter uma massa elástica e macia, que possibilita formar uma bola e descola da bancada. 
Colocar de volta na tigela, cobrir com um pano e deixar levedar num sitio aquecido entre 1 a 2  horas (com tempo frio pode demorar mais, mas pode-se amornar ligeiramente o forno e colocar lá dentro para ajudar). Decorrido este tempo a massa levedou e cresceu bastante (no minimo para o dobro do volume ou mais).
Voltar a amassar, retirando todo o ar.
A partir daqui proceder como na descrição anterior.


À mão ou na máquina, fazer pão em casa tem algo de mágico! Não sei explicar mas poucas coisas me dão tanta satisfação na cozinha como cortar um pão, feito por mim, ainda morno, cheio de promessas saborosas no seu interior!
Depois leva-lo para a mesa a apreciar as expressões de quem está à volta. 
Não são precisas palavras!


Ainda chega para vocês, fiz assim grande para poderem levar uma fatia.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Polenta com Ovos e Chouriço

Estou cheia de vontade, apetece-me mesmo!
Quero já, não posso esperar.
Quero aqui e agora, sem demora.
Tenho urgência e preciso que seja um momento intenso...
Não quero lentinho, quero mesmo rapidinho,
Rapidinho mas com muito gostinho!


Todos precisamos de algumas receitas que sejam bem rápidas de confecionar, mas que nos deixem satisfeitos e saciados. Foi assim com esta polenta, ela é em si uma refeição completa, feita sem demoras e comida bem devagar!


A polenta entrou cá em casa há relativamente pouco tempo! Andava muito curiosa, mas só me decidi a experimentar quando encontrei a semola de milho adequada, pois não me apeteceu estar a mexer uma papa de milho borbulhante (durante bastante tempo) e sujeitando-me aos seus salpicos escaldantes! 
Quem não viu pode espreitar a Polente de Alheira e Coentros, foi a 1.ª que fiz e gostei imenso.
A semola de milho (instantânea) que utilizei nesta receita veio de longe, da Suiça, pela mão de uma conterrânea que lá se encontra emigrada e me fez uma surpresa durante as suas férias de verão, oferecendo-me 2 embalagens de polenta, com texturas e tempos de cozedura diferentes (uma mais grossa coze em 4 minutos e a outra, mais fina, que coze em 2 minutos). Muito obrigada Carla Vilarinho pelo carinho, esta receita é-te dedicada e espero que fiques com vontade de a reproduzir, vale a pena.
Cá em Portugal também já é possível encontrar deste tipo de semola de milho para preparação de polenta,  vi-a no Continente, embora muito cara, acabei por comprar numa loja de produtos biológicos (no Porto), com excelente qualidade e muito melhor preço.


Polenta com Chouriço e Ovos

Ingredientes:

1 + 1/2 chávenas de farinha para polenta (instantânea);
1/2 chouriço de peru "Quinta dos Fumeiros";
1 cebola roxa;
100 g de tomates cherry;
50 g de queijo parmesão;
salsa q.b.
5 ovos;
azeite;
pimenta preta (moida na hora);
sal marinho "Marnoto"q.b.
flor de sal "Marnoto" q.b


Execução:

Preparar a polenta segundo as instruções do fabricante.
Adicionar a salsa picada, o queijo ralado e os temperos a gosto.
Numa frigideira com um pouco de azeite fritar o chouriço.
Laminar a cebola e juntar ao chouriço, salteando-a até amaciar.
Juntar os tomates cherry.
Envolver o conteúdo da frigideira com a polenta já cozida.
Verter tudo na frigideira que se usou anteriormente (não lavar a frigideira e se necessário juntar um pouco mais de azeite).
Usando as costas de uma colher, fazer pequenas concavidades na polenta e deitar em cada uma 1 ovo. Salpicar com flor de sal.
Levar ao lume, temperatura média, para tostar por baixo, sem deixar queimar (como se fosse uma omolete).
Finalizar dentro do forno até que os ovos estarem cozinhados.


Servi esta polenta num almoço, acompanhada de uma boa salada e não foi preciso mais nada!
Já fiz outra, depois desta, com mistura de 2 tipos de queijo, ficou mais macia e cremosa... uma delicia!
As variações possíveis são imensas é só usar a imaginação. Pode-se servir como acompanhamento, entrada ou neste caso, como prato principal.