Ai, Outono da minha alma, inspiras a paz, inspiras a calma! Trazes contigo a nostalgia da idade serena, do tempo que passou e tantas memórias boas juntou!
Outono dos meus encantos e são eles tantos, tantos, que por mais que o desminta, que negue o que sinto a verdade é que te quero muito. Tu és beleza pura que se revela como poema escrito na paleta do pintor, que com as tuas cores tatua a natureza de sol pôr.
Olho para ti Outono com sentimentos dúbios. Aborrece-me imenso a tua chegada que mandas o verão embora de empurrão. Apertas os dias de tal maneira que encolhem envergonhados de não poderem resistir à tua força. Ficam pequenos, coitados, e as noites tão, tão grandes que ainda há pouco acabaram já ai estão de novo trazendo de mão dada a geada! Deixas as manhãs frias, obrigas a fechar os pés dentro de sapatos e botas, como prisioneiros enclausurados e fazes as camadas de roupa começarem a crescer, lembrando as cebolas que ao descascar demoram o seu coração a mostrar. Não, eu não gosto de ti!
Despertas sensações incríveis, posso ver as cores do pôr do sol estampadas nas folhas das árvores, sentir o cheiro fresco da terra molhada, guardar entre as mãos o calor de uma chávena de chá fumegante, olhar com deleite o fogo a crepitar na lareira, deliciar-me sorvendo lentamente a polpa doce e macia do belo dióspiro e sucumbir ao desejo de encerrar pedacinhos coloridos e perfumados de ti dentro de frascos, nas prateleiras bem alinhados, tal soldadinhos fardados!
Outono afinal eu gosto tanto de ti!
Raramente como um doce ou compota, imaginar a enorme quantidade de açúcar que estou a ingerir numa simples colherada rouba-me uma parte do prazer. Os doces são sempre... demasiado doces!
Porém abro uma ou outra exceção para alguns da minha eleição! Um deles, dos meus preferidos, é o de maça. Gosto de encontrar pedaços de fruta inteiros no doce ou será que lhe devo chamar compota? A definição é confusa! Costumo chamar doce aos que se trituram e compota aos que mantêm a fruta com alguns pedaços. Seja como for, queria que a maça não se desfizesse completamente e só depois de algumas tentativas consegui.
Utilizei o descascador da
Borner, desperdiçando o mínimo possível da polpa das maças. Gosto muito deste pequeno utilitário que executa várias funções, além de descascar, rala, faz cortes em V e muito mais!
Ingredientes:
2 kg de maças (Bravo e Royal Gala);
800 g de açúcar;
2 paus de canela;
2 tiras de casca de limão;
sumo de 1 limão:
1 colher de sopa de água-ardente velha (opcional).
Execução:
Descasque e descaroce as maças, corte-as em gomos.
Coloque-as numa panela e junte o açúcar, o pau de canela, a água-ardente velha (opcional), o sumo e casca de limão. Deixe macerar um pouco até formar alguma calda.
Leve ao lume, assim que levantar fervura baixe a temperatura para o mínimo.
Ferve sempre a baixa temperatura até atingir o ponto desejado.
Procure não mexa a compota, sacuda um pouco a panela regularmente. Se lhe parecer que está a pegar deslize a colher pela lateral da panela e depois empurre-a até ao centro. Quanto menos mexer a compota mais inteira se vai manter a fruta.
Esterilize os frascos e seque-os bem.
Coloque a compota ainda quente dentro dos frascos e arrolhe bem.
Uma compota que é uma tentação! Se a Eva ainda andasse por cá iria oferecer a maça desta forma ao seu Adão!
Não faço grandes quantidades, como tenho que comprar a fruta prefiro fazer à medida da vontade e assim evitar que se acabe por estragar. Por esta razão, porque se vai comer rapidamente posso cortar bastante na quantidade de açúcar.
Vamos lá provar este docinho?