A noite é escura, negra, tão negra, mas é em noites assim que as estelas brilham mais! Algumas destacam-se de imediato, outras precisamos de nos focar um pouco mais para as vislumbrar. Umas parecem estar tão perto e outras para lá do infinito. São tantas, tantas as estelas, todas de uma beleza sem fim e se algumas nos enchem o olhar, outras parecem pequenos pirilampos que mudam de lugar a cada pestanejar!
A minhas maiores estrelas, as que mais luz trazem à minha vida, são sem dúvida os meus filhos. A expectativa do fim de semana com eles em casa era sempre pretexto para entradinhas, pães recheados, bolos doces e salgados, sobremesas diferentes. A alegria da família junta à volta da mesa, dos risos, das conversas desenroladas... era motivo para sonhar durante horas com novas iguarias. Na hora da despedida, quase sempre, iam empacotados assados, e pão, que já se faziam a dobrar, para sobrar, que no dia seguinte sabiam tão bem, sabiam a comida da mãe!
As minhas estrelas partiram para longe... com elas partiu muito de mim e ficou alguma amargura e bastante revolta!
Os meus pensamentos transportam-me até ao coração da minha avó que também viu os filhos sair pelo mundo fora. Penso que apesar de tudo, em comparação, sou privilegiada, comunicamos sempre que queremos. Já ela passava tantos dias com esperança que na mala do carteiro viesse uma carta, que tardava demasiado em chegar. Penso nos netos que não embalou, não pode ver crescer, que mal chegou a conhecer, penso se será assim também um dia com os meus?!Esses tempos passados, aqueles aos quais não devíamos ter que regressar... voltaram.
Lá foram eles, as minhas duas estrelinhas, cada um para um destino diferente, ambos longe, demasiado longe!
Entre partidas, despedidas, Páscoa não festejada, dias cinzentos e ventosos, uma e outra curta viagem, houve várias tentativas de regresso ao blogue falhadas. Subitamente parece que tudo corre mal, não acerto com nada. Sinto-me a navegar em águas estagnadas, não saio do lugar. A cada insucesso fico mais longe, instalou-se o desânimo. Talvez exija demasiado de mim, talvez necessite de pequenos passos, talvez me faça falta uma mudança de linha, um rumo diferente, talvez precise de tirar os olhos das estrelas e procurar pequenos pirilampos!
Já não posso fazer todas as semanas doces tentações que apenas se dividirão por dois! Não posso emprenhar o pão de enchidos e queijos gordos a pingar sabor, porque não resistiremos os dois a devora-los.
Entrar na cozinha não tem sido um prazer, antes um dever que nem a chegada da Bimby amenizou! Dever de comer saudável e ter "juízo", porque a idade não perdoa e o corpo também não. Olho para a comida que vou fazendo e não me encanta, não a desejo fotografar, ainda que seja boa ao paladar não me parece nada fotogénica!
Eu sei que muitos são os blogues maravilhosos, recheados de lindas fotos e que apenas contêm receitas saudáveis. Passeio por eles, experimento as suas sugestões... esforço-me por me inspirar neles... esforço-me, empurro-me, exigo-me... e imponho-me recomeçar!
Iogurte de Anis
Ingredientes:
1 l de leite meio gordo (pasteurizado);
2 estrelas de anis;
50 g de leite em pó;
1 iogurte natural (bifidus).
Nota: não usei açúcar, mas sintam-se à vontade para adoçar a gosto.
Execução na Bimby:
Coloque 200 g de leite e o anis estrelado no copo, triture (30 seg./vel 10).
Junte o leite em pó e programe (3 min/ 90º C/ vel 3).
Acrescente o restante leite e o iogurte, selecione (5 min/ 50º C/vel 3).
Passe a mistura por um coador e distribua pelos copos.
Coloque na iogurteira durante 12 horas, ou abafe bem com uma manta polar e coloque no forno previamente aquecido a 50º C.
Passado esse tempo leve os copos ao frigorífico pelo menos mais 6 horas.
Execução tradicional:
Triture o anis estrelado num almofariz o melhor possível.
Leve ao lume o leite com o anis e o leite em pó, mexa com as varas até começar a levantar fervura.
Deixe arrefecer até estar apenas morno e junte o iogurte, misture bem.
Coe o preparado e coloque-o nos copos da iogurteira e deixe fermentar durante 12 horas.
Coe o preparado e coloque-o nos copos da iogurteira e deixe fermentar durante 12 horas.
Leve ao frigorífico pelo menos mais 6 horas.
Uma volta desejada, mas que se faz devagar e de forma muito simples... sem alcançar as estrelas, em busca apenas de pirilampos!