Faz parte das minha memórias...
O calor do forno do a arder, o cheiro da farinha de milho escaldada na maceira, o ritual da espera, do amassar... esta era a parte mais divertida, havia sempre um pouco de massa para mim, a minha broa!
Seguia-se o rolar a massa na gamela de madeira, levedar entre o calor do forno e os cobertores que a embalavam. Depois, virar na pá, meter ao forno e esperar... o cheiro do fogo, do borralho, da broa a cozer. Depois vê-la sair quente, ainda a escaldar e esperar um pouco mais, esperar para então a poder provar.
Era assim em casa do meu avô, onde a broa saia com mestria das mãos da minha tia Lena.
Hoje, tantos anos passados procuro recrear os seus gestos, com outros objetos, num formo elétrico... e para lhe dar um pouco do sabor fumado juntei-lhe o belo salpicão da"Casa da Prisca"
Acompanhou-a um excelente "champarrião" que o meu marido fez e que estava bem bom.
O lindo jarro é um peça de artesanato alentejano (obrigada Daniel e Carla).
Broa de Milho com Salpicão
Esta foto mostra a broa antes de cozer, já levedada.
Não tem o mesmo sabor, o forno de lenha é insubstituível, mas mesmo assim posso vos garantir que soube muito bem.
Vou continuar a fazer, mudando a proporções das farinhas, gosto da broa mais escura e levemente azeda... com paciência chego lá.
Enquanto deixo-vos esta broa ainda morna, com o aroma do salpicão...
... são servidos?